sábado, 17 de outubro de 2009

Só pra vocês ter noção da pobreza, a família de minha mãe nunca tinha ido pro centro da cidade, sequer carros eles tinham visto. Assim como muitos também que moravam no interior.
Até os aviões mudavam de rota quando era pra passar por cima daquele lugar, os controladores de vôo diziam que era pros passageiros não se constrangerem com a pobreza.
Um dia minha mãe voltado do rio - mais num é do Rio de Janeiro não, é do riacho - que ela sempre ia pra lavar roupa, estava com a irmã dela menor segurada pela mão, escutou uma zoada muito esquisita que se aproximava cada vez mais. Todos se atordoaram, pensavam que o mundo estava se acabando, começou uma correria, com minha mãe coitada, não foi diferente, ela começou a correr pro rumo de casa colocou a irmã dela no braço e disparou pra casa. Chegando lá aos gritos e choros, a mãe dela perguntou:
­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­- O que é isso menina!
Ela ainda nervosa:
- Mãe a senhora não ouviu aquela zoada, atordoante?
A minha avó disse:
- Não é disso que eu to falando, eu to falando é desse cachorro no teu braço.
O nervosismo foi tão grande que ela deixou a irmã dela no meu da multidão e levou um cachorro no lugar.


Continua

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