Vou contar um pouco da infância de minha mãe.
Pobre coitada sofria tanto que estou até com pena de falar essa historia tão triste que foi a dela.
Quando pequena, minha mãe apanhava todo santo dia.
Esse sofrimento começou desde o nascimento, vocês devem até pensar que toda criança apanha quando nasce, mas com minha mãe foi diferente. Quando ela nasceu ela não chorou, a parteira bateu duas, quatro, seis vezes e nada, a minha avó já irritada pegou minha mãe e deu-lhe logo uma taca, e ela coitada chorou a força, e com muita luta, mais chorou.
Minha mãe só não apanhava em duas circunstâncias: quando minha avó estava doente, ou de resguarde, pelo menos do resguarde ela tinha alivio de um mês por ano, e pra melhorar durante 13 anos seguidos porque era um filho atrás do outro.
Todos os filhos de minha avó são do mesmo mês: dezembro. As datas de aniversário uma seguida da outra. Começando por minha tia que é a mais velha, segue a fileira de aniversário do dia um ao dia treze, é a metade do mês de comemoração. Naquela época era raro haver festa de aniversário, na verdade aniversário era pra rico. Aniversário de pobre é só os abraços de parabéns dos familiares, e dos que lembram e pronto. A família de minha mãe era muito pobre, o dinheiro era mal para as necessidades. Para fazer alguma festa era quase impossível e ainda mais treze dias seguido, nunca.
Continua
sábado, 17 de outubro de 2009
Ficção
Uma História de Uma Vida
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